quinta-feira, 24 de abril de 2008

Chuva de cores


Após pintar livremente uma mandala, 10 minutos para um texto começado por: “Através do caleidoscópio vi…”

Através do caleidoscópio vi uma conjugação de cores. Saltitavam o azul, o amarelo, o verde e o laranja. De qual gostei mais? Como escolher entre uma escolha que se fez? Não escolho. Espreitei outra vez o caleidoscópio. Chovia. Que som tem a chuva? Chuva grossa, chuva contínua. Que cor tem a chuva? Será a chuva água sem sentido, sem cor, sem sabor? A chuva tem nela todas as cores e sabores mas há quem diga que não tem cor. Ou que é incolor. Ou que é transparente. Inconscientes, que não vêm para além da água. Olhei de novo o caleidoscópio. Que vi? Não vi. Um emaranhado de cores girava, rodopiava aos meus olhos que de tanto olharem já rodopiavam também, ao ritmo de um carrocel incessante, ao ritmo de uma chuva imparável, lá fora, crescendo, em sopros de água colorida, com as cores do caleidoscópio. Aos meus olhos o caleidoscópio girava, a chuva caía, a água tomava conta dos meus sentidos, sentidos líquidos de chuva, de uma liquidez transparente, sem cor, mas onde todas as cores se misturam numa alegre harmonia, num perfeito rodopiar em círculos, provocado sempre, sempre pelo rodopiar do meu caleidoscópio.

1 comentário:

QT disse...

Só podes ter frequentado o curso de escrita criativa da escrever escrever...=)

Andava à procura de uma imagem de plasticina e vim aqui parar..

Cumprimentos e boas escritas