terça-feira, 22 de abril de 2008

Onde até os peixes voam


A partir de 15 postais contendo pinturas, contruir frases e, com base nestas, um texto em 10 minutos.

Frases:
- Peixes voadores são uma inspiração para cálidas tardes de Verão com gato à espreita;
- Profusão de cores sem ordem também é arte;
- É da pluralidade que nasce a diversidade;
- O sofrimento e a esperança caminham frequentemente lado a lado;
- Há alegria no ar quando moinhos de vento se confundem com chupa-chupas de crianças;
- Há flores aprisionadas em jarras que imploram por explorar o mundo;
- Frutos escravizados sobre homens derrubados que fazem tremer mulheres;
- Nada está perdido no mundo quando me encontro com peixes voadores vermelhos que saltam alegremente de antigas caixas de correio ainda mais vermelhas;
- A noite que cresce sobre as estrelas caindo sob gente que ainda não esqueceu o sol de há momentos;
- Porque tentam os homens imitar em esquadria estrelas que brotam naturalmente do empedrado das ruas?
- As mil e uma noites recontadas numa outra perspectiva como só ele sabe;
- Esperança e ainda vida numa jangada em almas à deriva de sentimentos;
- Como posso apreciar o que me transcende e eu não compreendo? Como encontrar arte onde só vejo velas de barquinhos em mar de Verão?
- Paleta de cores como as da minha infância onde havia todas as cores que há no mundo;
- Um universo feminino que se ergue para lá da minha aldeia;

Há todo um universo feminino que se ergue para lá da minha aldeia. Gatos espreitam. Peixes voadores podem ser vermelhos. O vermelho pode também ser a cor de caixas de correio antigas de onde saem em alegre correria os peixes voadores. A vida na minha aldeia, de onde espreitam gatos, saltam peixes que voam atrás de cartas, selos, carteiros, pode ser uma inspiração para cálidas tardes de Verão.
Há flores aprisionadas em jarras que imploram por explorar o mundo. Nesse mundo, há homens que imitam inutilmente estrelas em esquadria porque não sabem que há estrelas que saltam dos mares e esperam por nós à porta, no empedrado das ruas.
Há alegria no ar quando moinhos de vento se confundem com chupa-chupas de crianças, crianças vestidas com paletas de cor que fazem sonhar, sonhos que me fazem acreditar que peixes voadores vermelhos virão perseguir-me em cálidas tardes de Verão cheias de sol, sóis amarelos que reflectem sorrisos, sorrisos descarados que saltam para o empedrado das ruas e já não cabem nas vielas da minha aldeia e tomam as cidades, os mares, os ares e vão para lá, para lá da minha aldeia, através do universo feminino, por onde tudo isto começou.

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