Partindo do pressuposto de que escrevendo determinada palavra algo acontece, criar 12 frases. A partir daí, 10 minutos para um texto
Frases:
- Escrevi a palavra frio e logo me achei num frigorífico;
- Escrevi a palavra carro e um carrossel maluco começou a correr na minha direcção;
- Escrevi a palavra lápis e a minha mão nunca mais encontrou descanso;
- Escrevi a palavra cor e arco-íris enormes formaram um gigantesco céu colorido;
- Escrevi a palavra vida e o meu sangue desatou a correr, fugindo-me das veias e inundando montes e vales;
- Escrevi a palavra passe-vite e fui atropelada por gigantescos livros de culinária;
- Escrevi a palavra criança e vi-me de novo junto ao mar;
- Escrevi a palavra jardim e nunca as flores me pareceram tão belas;
- Escrevi a palavra avó e um aconchego de saudade tocou-me o coração;
- Escrevi a palavra amigo e senti-me perseguida por fortes cores de conforto na alma;
- Escrevi a palavra escrever e a minha vida cresceu como um balão e subiu até tocar os raios do sol e explodir em inúmeras partículas de alegria
Ainda ontem estava eu na janela da casa amarela que fica ao fundo do quintal da minha avó, lá junto à casa dos caseiros, quando a D. Balbina, que há mais de 50 anos é a habitante privilegiada dessa casa que sempre mencionamos no plural mas deveríamos pronunciar no feminino e no singular (caseira), a D. Balbina, dizia eu, quase me abalroava numa pressa irracional perguntando esbaforida a tudo o que à volta dela se mexia:
- Viram o meu passe-vite? Viram o meu passe-vite? O menino está a chegar e o almoço para aprontar. Viram o meu passe-vite?
O menino era o meu pai, quase da idade da nossa Balbina, mas eternamente baptizado “o menino”. Que seria eu então? Um bebé insignificante, com toda a certeza!
Foi nessa aflição da Balbina que me lembrei de um exercício que nos era muito aconselhado nas aulas de criatividade de um curso feito há muitos anos, mais por gozo do que por interesse: “se escreverem com muito fervor, o vosso desejo concretiza-se”.
Sem caneta por perto, peguei então numa pena de um pato que por ali andava, molhei-a em chocolate que derreti num microondas improvavelmente ali colocado e desatei a escrever. Parece-me que a Balbina ainda não me perdoou: é que quando escrevi a palavra passe-vite, fomos, eu e ela, atropeladas furiosamente por gigantescos livros de culinária saídos sabe-se lá de onde!
- Escrevi a palavra carro e um carrossel maluco começou a correr na minha direcção;
- Escrevi a palavra lápis e a minha mão nunca mais encontrou descanso;
- Escrevi a palavra cor e arco-íris enormes formaram um gigantesco céu colorido;
- Escrevi a palavra vida e o meu sangue desatou a correr, fugindo-me das veias e inundando montes e vales;
- Escrevi a palavra passe-vite e fui atropelada por gigantescos livros de culinária;
- Escrevi a palavra criança e vi-me de novo junto ao mar;
- Escrevi a palavra jardim e nunca as flores me pareceram tão belas;
- Escrevi a palavra avó e um aconchego de saudade tocou-me o coração;
- Escrevi a palavra amigo e senti-me perseguida por fortes cores de conforto na alma;
- Escrevi a palavra escrever e a minha vida cresceu como um balão e subiu até tocar os raios do sol e explodir em inúmeras partículas de alegria
Ainda ontem estava eu na janela da casa amarela que fica ao fundo do quintal da minha avó, lá junto à casa dos caseiros, quando a D. Balbina, que há mais de 50 anos é a habitante privilegiada dessa casa que sempre mencionamos no plural mas deveríamos pronunciar no feminino e no singular (caseira), a D. Balbina, dizia eu, quase me abalroava numa pressa irracional perguntando esbaforida a tudo o que à volta dela se mexia:
- Viram o meu passe-vite? Viram o meu passe-vite? O menino está a chegar e o almoço para aprontar. Viram o meu passe-vite?
O menino era o meu pai, quase da idade da nossa Balbina, mas eternamente baptizado “o menino”. Que seria eu então? Um bebé insignificante, com toda a certeza!
Foi nessa aflição da Balbina que me lembrei de um exercício que nos era muito aconselhado nas aulas de criatividade de um curso feito há muitos anos, mais por gozo do que por interesse: “se escreverem com muito fervor, o vosso desejo concretiza-se”.
Sem caneta por perto, peguei então numa pena de um pato que por ali andava, molhei-a em chocolate que derreti num microondas improvavelmente ali colocado e desatei a escrever. Parece-me que a Balbina ainda não me perdoou: é que quando escrevi a palavra passe-vite, fomos, eu e ela, atropeladas furiosamente por gigantescos livros de culinária saídos sabe-se lá de onde!
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