quinta-feira, 5 de março de 2009

Olhar o mundo


Escolhido um local, fora da sala de aula, para “permanecer” por algum tempo, olhar dali o mundo com uma postura que normalmente não seria habitual naquele local e circunstâncias.

Escrever a partir da frase imaginária “O mundo visto daqui”.

Texto:

De joelhos naquilo que parecia um parapeito de uma janela. As mãos firmemente agarradas nas grades que funcionam como uma cortina para a rua.
O mundo visto daqui é feio, mas não me assusta. Para fora, vêem-se edifícios velhos e sujos, mas, sobre eles, uma nesga de céu. Olho repetidamente para cima.

Como estou de joelhos, dir-se-ia que estou a rezar. Como olho para o alto, talvez esteja em busca de um sentido para a existência – a que alguns chamariam Deus.

Mas, curiosamente, é quando olho para baixo e encontro a meus pés um vaso com uma planta, suspenso nas mesmas grades onde continuam depostas as minhas mãos, que vejo que ali mora uma nascente de vida, ou seja, a esperança.

Sinto-me liberta da minha prisão.


(Nota: este texto é uma homenagem à Madalena, que começou hoje a aventura da vida)

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