segunda-feira, 9 de junho de 2008

Quantas janelas conheces?



Mote: a janela.

Em grupo, em jeito de brainstorming, atirar para a mesa palavras que descrevam tipos de janelas. Depois, individualmente, escolher seis delas e descrever o que se viu através dessas janelas. Fazer frases cruzando um tipo de janela com o que se viu através de outra. Escolher uma dessas frases e escrever durante 5 minutos.

Alguns exemplos de janelas:
Águas furtadas; escotilha; clarabóia; de vidro fosco; vitral; buraco da agulha; do Windows; do telemóvel; televisão; olhos; forno do fogão; de guilhotina;

Frases:
- Aproximei-me do vitral e vi árvores apressadas;
- Aproximei-me da janela do windows e vi a tua beleza;
- Olhei pelo buraco da agulha e vi a minha conta bancária;
- Da janela das águas furtadas, eu vi o blogue escreverescrever;
- Olhei pelos teus olhos e vi os meus textos;
- Pela janela dos teus olhos, eu vi o invisível;
- Olhei pelo buraco da agulha e vi a estação de partida;
- Aproximei-me do vitral e lá estava um e-mail do meu amor;
- Da janela do comboio eu vi a terra a meus pés.

Texto:
Pelo buraco da agulha, eu vi a estação de partida. Estava à minha frente e representava o início. Por ali eu ia sair para começar a minha nova vida. Tudo era novo e fresco e custava a acreditar que pudesse caber naquele minúsculo buraco de agulha. Mas era certo. Era agora. Ia ser.
Resolvi deixar para trás tudo o que não passasse naquele orifício insignificante. Seria pouco, muito pouco o que levaria comigo. Iria despojada de supérfluos e essa ideia animou-me.
Sabia que na minha nova vida só estaria presente o essencial, às vezes invisível aos olhos, até. Bastaria um raio de sol mas nuvens densas não teriam ali cabimento.
Olhei em frente. Tinha pressa em chegar ao outro lado e corri. Soube nesse preciso instante que o que antes me parecera uma fronteira, era agora passagem bastante para tudo o que precisava na minha partida. Percebi que o mais importante não era aquela estreita passagem, mas sim poder alcançar o lugar para onde me dirigia. Estação de chegada.

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3 comentários:

dulce surgy disse...

Gostei do teu texto, há um caminho nele, não é apenas uma ideia que fica no ar. Transmite-nos não sentimentos dispersos, mas um estado de espirito. Há um principio e um fim, um objectivo. Nem sempre consegues isso, e é evidente que neste tipo de exercicios é dificil faze-lo. No entanto, desta vez conseguiste, e a meu ver muito bem para 5 minutos. Parabéns!!

Gosto desse tema... portas, janelas, almas, passagens, começos, escolhas.

Tomo a liberdade de enviar uma frase sobre o que vi de uma janela. Encontrava-se no meu baú, entre outras frases donas de uma história. Espero que não te importes...

"Estendia-se uma nova cor lá em baixo, azul-verde claro-carmim. Atirei-me da janela mais alta da torre da alma, corpo em fuso, mãos lá na frente, o ar em silvo no meu ouvido(...) Desconhecia que mergulhava irremediavelmente no tom misterioso do seu coração"

Anónimo disse...

Gostei muito do texto... no fundo representa o secreto desejo de muitos de nós...

E pela janela da alma? conseguimos avistar o infinito...

Beijinhos

nêta disse...

Dulce,
Espero que não seja só uma frase, que haja aí um texto em forma.
Continuo sem perceber porque não avanças. Sabes do que estou a falar, não sabes?
Comecei a ler aquele texto. Acho que vamos ter muito que conversar. Falo-te depois com calma.

Um grande beijinho para ti