sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Que tens de teu?


Zangou-se com ele e veio-se embora.

Ele deixou-a ir e não tentou segurá-la. Doeu-lhe.

Ficou a pensar: se fosse definitivo, que tinha para trazer de lá?

Quando fechamos uma porta, que temos de verdadeiramente nosso para trazer connosco?
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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A noite



Nada importa agora.
A noite. O silêncio. O dia é a noite, esta noite em que te estendes no meu silêncio.
O teu corpo nú. Tu.
A tua boca. A tua língua que me procura. Pele. Pele na pele.
Que importa agora?
O dia é a noite, esta noite que me grita. Silêncio, mas sons. Gemidos no silêncio. A noite. Plena.
O rosto sem ver. Mãos. As tuas mãos, os teus dedos. Urgências. Maiores.
Os sons. O silêncio.
Agora não importa. Só tu. Só isto. Nós. Os nossos corpos. Sem ver. A noite.
Somos pedaços de uma coisa maior.
Agora um pouco mais. Cheguei. Contigo. Tu também.
Antes o fulgor. Agora, a paz.
Em silêncio, ainda.
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