Retirar palavras/expressões do poema Escada Sem Corrimão de David Mourão Ferreira, cantado na voz de Camané e, a partir destas, escrever durante 10 minutos.
Expressões:
Escada em caracol; sem corrimão; a caminho do sol; chão; degraus altos; sustos, sobressaltos; medo de subir; sonhos; perigos em vão
Sem saber como, vi-me diante daquela Porta. A Casa era austera, parecia uma mansão antiga. As nuvens cinzentas, pesadas de água (de lágrimas?) em final de dia obscuro, não ajudavam a desfazer a paisagem assustadora que tinha à minha frente. Mas o que dominava era aquela Porta. Enorme, toda ela rangeu quando timidamente a empurrei para lá dos meus receios.
Vi-me dentro da Casa. À minha frente delineava-se a Escada. Altiva, a caminho do sol, de degraus altos, a roçar o infinito. Tive medo de subir, mas a ordem recebida era clara: “Tens que subir a Escada, porque subi-la é subires a tua vida”. Perguntei-me de novo qual o sentido de escalar a minha vida rumo ao alto, como se ambicionasse a eternidade, mas fiz o que me havia sido dito. Subi.
Avancei na esperança de que os meus pés caminhassem ainda no chão e toquei o corrimão. A Escada moveu-se, desenhou-se em caracol e, em sobressalto, compreendi: a minha vida era uma espiral, que urgia desenrolar. Coloquei um pé no primeiro degrau e avancei a mão. Segurei o vazio. O corrimão desaparecera e tudo fez sentido: teria que subir até ao limite da minha vida sem qualquer apoio.
Nem me dei ao trabalho de olhar para trás. Sabia agora que atrás de mim já não estava a Porta, só uma espessa parede. Olhei finalmente para cima e vi, como num sonho, um feixe de luz. Sabia que era por ali. Cheia de confiança, comecei a subir ao pé-coxinho, degrau a degrau e resolvi que não contaria aquela infinidade de degraus com números, antes resolvi transformá-los em letras, que depois juntaria em palavras e comecei então a cantarolar alegremente: a, b, c, d, e , f …
Expressões:
Escada em caracol; sem corrimão; a caminho do sol; chão; degraus altos; sustos, sobressaltos; medo de subir; sonhos; perigos em vão
Sem saber como, vi-me diante daquela Porta. A Casa era austera, parecia uma mansão antiga. As nuvens cinzentas, pesadas de água (de lágrimas?) em final de dia obscuro, não ajudavam a desfazer a paisagem assustadora que tinha à minha frente. Mas o que dominava era aquela Porta. Enorme, toda ela rangeu quando timidamente a empurrei para lá dos meus receios.
Vi-me dentro da Casa. À minha frente delineava-se a Escada. Altiva, a caminho do sol, de degraus altos, a roçar o infinito. Tive medo de subir, mas a ordem recebida era clara: “Tens que subir a Escada, porque subi-la é subires a tua vida”. Perguntei-me de novo qual o sentido de escalar a minha vida rumo ao alto, como se ambicionasse a eternidade, mas fiz o que me havia sido dito. Subi.
Avancei na esperança de que os meus pés caminhassem ainda no chão e toquei o corrimão. A Escada moveu-se, desenhou-se em caracol e, em sobressalto, compreendi: a minha vida era uma espiral, que urgia desenrolar. Coloquei um pé no primeiro degrau e avancei a mão. Segurei o vazio. O corrimão desaparecera e tudo fez sentido: teria que subir até ao limite da minha vida sem qualquer apoio.
Nem me dei ao trabalho de olhar para trás. Sabia agora que atrás de mim já não estava a Porta, só uma espessa parede. Olhei finalmente para cima e vi, como num sonho, um feixe de luz. Sabia que era por ali. Cheia de confiança, comecei a subir ao pé-coxinho, degrau a degrau e resolvi que não contaria aquela infinidade de degraus com números, antes resolvi transformá-los em letras, que depois juntaria em palavras e comecei então a cantarolar alegremente: a, b, c, d, e , f …