segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Que palavras tens no teu cofre?


Ao longo do curso, no final de cada sessão cada um de nós escrevia num pequeno quadrado de papel uma qualquer palavra, escolhida por si ao acaso, que depositava numa caixa fechada, o nosso cofre. Na ultima aula, aberta a caixa, coube a cada um, aleatoriamente, algumas dessas palavras para, em 5 minutos, compor um texto a partir delas.

O meu texto foi surgindo sem outra preocupação que não fosse a de misturar livremente todas as palavras que quiseram vir ao meu encontro. O último parágrafo, intencionalmente, pretende somente juntar todas elas (nas suas diversas formas) numa única frase.

Palavras:
Infância
Imprevisível
Linhas
Esquecer
Escrita criativa
Libertação
Ausente

Texto:
Há escrita imprevisível, criativa, com linhas, fora de linhas. Há escrita ausente, escrita de paixão, capricho de vida. Há escrita que vem da infância. Pode-se escrever para esquecer ou por simples vontade de libertação.

Escreve-se para criar ou por desejo de liberdade, que pode ser de nascença, de infância. A escrita é paixão e viver a vida sem escrever, pode não ser viver.

Escreve-se para esquecer ou até para lembrar o que se havia esquecido. As linhas da escrita nunca são rectas e se o foram a escrita não foi de paixão e sem paixão não há vida. A criação é libertação e a escrita que nasce e vive a infância em liberdade é imprevisível.

Quem na infância se libertou e escreveu por linhas de paixão de forma imprevisível, certamente não esteve ausente e não se esqueceu da vida.

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